Em seu texto, "The World is not a Desktop", Mark Weiser questiona as previsões sobre o futuro e o protagonismo dos computadores, que são colocados sempre em primeiro plano. Assim sendo, ele comenta e exemplifica ao longo do texto a importância da invisibilidade de uma ferramenta, para que ela, de fato, seja boa e prática para usar.
Seu pensamento voltado para usabilidade me lembrou um livro, "Don't Make Me Think", do autor Steve Krug. O livro aborda a usabilidade na web e no mobile, incentivando um olhar voltado para o usuário. Para Krug, a regra de usabilidade mais importante é: "Não me faça pensar!". Traduzindo: é esperado de uma interface que ela seja tão clara e tão direta, que a curva de aprendizado do usuário seja mínima e ele nem precise pensar para usá-la.
Quando esse esforço adicional é retirado, a ferramenta se torna invisível, e é ai que o pensamento dos dois autores se complementa.
Weiser usa o óculos como exemplo de boa ferramenta (e eu, como míope, posso afirmar): Você utiliza o óculos para enxergar o mundo e viver sua vida, mas não enxerga o óculos. Por sinal, muitas vezes os usuários esquecem que estão com o óculos no rosto e o saem procurando pela casa (dessa eu sou culpada).
Assim devem funcionar os computadores (para Weiser e para mim). Os computadores e as tecnologias como um todo devem estar presentes para potencializar a nossa vida e convivência cotidiana, mas não devem roubar os holofotes: esse lugar é nosso e da vida ao nosso redor. As tecnologias devem ser projetadas para ser de fácil uso e de alto impacto, facilitando e otimizando nossas atividades do dia-a-dia.
Mas será que eu estou errada e no final os robôs vão dominar o mundo?
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