Estamos vivendo o futuro dos Jetsons? - Ubiquidade Computacional
- Amanda Trotta Meireles
- May 12, 2021
- 2 min read
Segundo o Oxford Languages, ubiquidade pode ser definida como "fato de estar ou existir concomitantemente em todos os lugares, pessoas, coisas." Quando pensamos sobre o lugar que a tecnologia estabelece em nossas vidas e rotinas, percebemos uma mistura entre as duas partes, quase imperceptível, natural, ubíqua.
Há alguns anos, já não é mais possível separar a tecnologia do ser humano. Nossa comunicação, nossa rotina, nosso trabalho e nosso deslocamento dependem disso. Ainda mais que, no último ano, fomos isolados em nossas casas pela pandemia do Covid-19. O único meio de comunicação com o externo, de "sair de casa", se faz por uma tela ou aparelho eletrônico. Além disso, os avanços tecnológicos de hoje permitem que façamos tarefas inimagináveis há apenas alguns anos atrás: realidade virtual, telemedicina...
Pedimos comida por um aplicativo, falamos com entes queridos por chamada de vídeo, trabalhamos em ferramentas colaborativas online e pedimos um carro de aplicativo para ir ao dentista. É cada vez mais evidente a ubiquidade computacional em nossas vidas e, ao mesmo tempo, cada vez mais difícil estar ciente de sua existência e impacto na sociedade. Ela é tão intrínseca que não a vemos.

Rotina misturada com a tecnologia
É impossível dizer que nossas vidas não se beneficiam dessa imersão tecnológica. Conseguimos nos comunicar com entes queridos que moram longe em segundos, podemos ter uma rotina de trabalho mais flexível e passar mais tempo com nossas famílias, conseguimos fazer compras online e receber os produtos na porta de casa, no mesmo dia. Podemos dizer até que toda essa inovação nos trouxe mais para perto.
Muito se falava e ainda fala sobre o 5G e "Internet das Coisas". Essa evolução é a perfeita representação da ubiquidade computacional. Com ele, os nossos objetos do dia-a-dia, se tornam cada vez mais inteligentes e se comunicam entre si. Assim, até fazer a lista do mercado vira uma atividade ubíqua quando sua geladeira Smart te avisa os itens que faltam.
Assistentes virtuais, que pareciam impossíveis e futurísticas na famosa série "The Jetsons", hoje são quase indispensáveis, e comandam uma casa inteligente com simples comandos de voz.
"Hey, Alexa, avise-me da minha reunião às 17:00."

A assistente robô Rosie da série "The Jetsons".
Os problemas que vêm com essa ubiquidade imperceptível trazem consequências que colocam em risco a humanidade da sociedade. Cada vez mais passamos tempo conformados com as facilidades que as tecnologias nos trazem e perdemos o contato humano. Encontramos nossos amigos em ligações no Zoom e fazemos reuniões virtuais com nossos colegas de trabalho, e esses são os únicos momentos de interação interpessoal. As novas gerações já crescem imersas nas mais novas tecnologias e, com mais de um ano de educação a distância, perdem o mais importante ambiente de socialização, responsável pelo desenvolvimento da comunicação e da empatia: a escola.
Acredito que as facilitações da ubiquidade trouxeram vários avanços para a sociedade, mas deve ser tratada com cuidado, para não passar de uma ferramenta para melhorar nossa qualidade de vida e virar uma substituição para a vida e o contato físico.
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