ELE|VE é uma interface sensorial que cria estímulos hápticos e sonoros de transmissões televisivas para novas experiências de deficientes visuais.
Contexto
Em razão da pandemia da Covid-19, as olimpíadas de 2020 em Tokyo foram adiadas para 2021. Dessa forma, o evento começará no próximo mês, de 23 de julho a 8 de agosto, mas ocorrerá com restrições de público: a capacidade será reduzida e será aberto somente para o público japonês, já que o Japão não está recebendo turistas. Essas questões levam a um cenário no qual muitas pessoas terão que experienciar os eventos olímpicos de casa, somente por meio das telas de suas televisões.
No entanto, essa experiência é dificultada para pessoas com deficiências visuais, uma vez que só conseguem acompanhar os jogos a partir da audição. Todos os outros estímulos da experiência original — vibrações, energia, ambientação, entre outros — são perdidos, sendo que eles contribuem para deixá-la memorável. Ademais, para indivíduos que não conseguem enxergar, são esses demais estímulos que constroem a experiência.
Conceito
Dessa forma, elaboramos a ideia de gerar uma solução que traz as sensações do presencial para dentro de casa, a partir da estimulação do tato. Isso ocorre por meio da movimentação de pinos em uma interface modular, que variam sua elevação com base no que acontece na televisão.
Funcionamento e Material
Esses pinos são cilindros com pontas arredondadas, construídos em plástico ou alumínio, por serem materiais leves. Possuem uma altura de 2 cm e um diâmetro de 2 mm. Enquanto isso, a plataforma (com os pinos abaixados) tem o tamanho de 28 cm de altura por 21,5 cm de largura, associados a 5 cm de profundidade, sendo uma referência de tamanho próximo a de um iPad Pro grande.
O processo de transcrição do que acontece na tela para a interface ocorre a partir do reconhecimento dos níveis de brilho da imagem, ou seja, quanto maior o brilho na tela, mais elevado estará o pino que representa aquela área, e vice-versa. A conexão com a televisão ocorre a partir de um aparelho externo, que funciona de forma análoga a um chromecast ou um fire tv stick, que é conectado à TV a partir de uma entrada HDMI e se conecta à interface a partir de bluetooth. Para ativar o bluetooth, basta pressionar o botão da lateral, que também serve para ligar a interface quando clicado.
Também incluímos uma caixa de som para transmitir sons representativos do que está acontecendo, como quando um dos times consegue a vitória, e a caixa traria os sons de felicidade da torcida.
Essa interface ficaria no colo do usuário, enquanto ele assiste aos programas, então determinamos que sua base contaria com uma almofada para maior conforto, e com um material que se modela a partir do corpo do usuário para maior estabilidade, como um enchimento de micropérolas de isopor.
Branding
Determinamos que o nome dessa interface seria ELE|VE, pois une a ideia de elevação dos pinos com o conceito de melhorar, elevar, a experiência de assistir. Além disso, a palavra “eleve” também pode ser separada em “ele vê”, no sentido de que a interface permite que a pessoa esteja imersa na experiência de forma mais completa como aquele que tem o estímulo de visão, como se “estivesse vendo”.
Futuras Aplicações
Consideramos também que, a partir do contexto das Olimpíadas, essa interface também tem o potencial de ser utilizada em outros contextos. Para elevar a experiência de pessoas com deficiência visual, é possível aplicar o conceito do ELE|VE em outros contextos, como o de assistir filmes, shows e outros programas de televisão.
Trabalho de G2 - 2021.1, realizado por:
Amanda Trotta - 1920399
Ana Catarina Saboya - 1920461
Lito Kemper - 1920591
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